Mini-cursos
Video-História, Fontes Orais e Visuais: Reflexões e Experiências |
Ministrantes: Fernando Sergio Dumas dos Santos
Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus
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Resumo: O campo da história oral se caracteriza pela interdisciplinaridade e pela abertura a novas possibilidades de escrita da história. Neste sentido, pode ser considerado o espaço ideal para a produção, renovação e dinamização das práticas historiográficas.
Nossa proposta é apresentar as principais tendências da chamada vídeo-história, refletir sobre as modalidades de linguagem documental, discutir as relações entre memória e performance; avaliar o uso de vídeo em entrevistas de história oral; analisar a relação entre edição, montagem e escrita da história; e orientar o uso de metodologias que coordenem, adequadamente, fontes orais e visuais.
Destacam-se em nossa proposta de curso os modos de fazer e as práticas que vêm se consolidando nos últimos anos no tratamento associado das fontes orais e visuais, através da elaboração de uma escrita videográfica na oficina da história.
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Proposta: O mini-curso está planejado como uma oficina, operando com recursos de vídeo e laboratórios de entrevistas em história oral.
1º dia A história em movimento.
Experiências de escrita da história com imagens: Apresentação de experiências realizadas em vídeo-história; delimitação do tema a ser trabalhado na oficina I e II
2° dia: Exercícios de vídeo-história – oficina I
Memória muscular, profilmia e o usos do vídeo na entrevista de História Oral
3° dia: Exercícios de vídeo-história – oficina II.
Avaliação do material produzido na oficina I e discussão sobre edição e escrita videográfica
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História Oral, Intertextualidade e Empoderamento |
Ministrantes: Alice Beatriz da Silva Gordo Lang
Olga R. de Moraes von Simson
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Resumo: Apontamos a importância da complementaridade de fontes (orais, escritas e iconográficas) em pesquisas de história oral, destacando as possibilidades de diálogo entre elas.
Discutimos inicialmente a utilização de fontes orais construídas a partir de entrevistas e fontes escritas (estatísticas, romances, imprensa, documentos oficiais e documentos privados como cartas de família), apontando as formas de tratamento, potencialidades e limitações de cada uma, o diálogo entre elas e sua contribuição para o esclarecimento do problema da pesquisa.
No segundo encontro, a discussão versará sobre o recurso a imagens em pesquisas de história oral, mostrando sua utilização em todas as fases: no registro dos dados complementando ou incentivando a descrição da situação estudada, como auxiliar na análise dos dados e na devolução dos resultados da pesquisa ao grupo social investigado e a um público mais amplo.
Segue-se a discussão sobre a questão da devolução dos resultados da pesquisa e seu papel no empoderamento, entendido como processo de emancipação individual, mas também de aquisição de uma consciência coletiva da dependência social e da dominação política.
Para a apresentação e discussão dos temas propostos, recorreremos a exemplos de pesquisas realizadas.
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Proposta: Aula 1. O diálogo entre textos escritos e a história oral.
Alice Beatriz da Silva Gordo Lang
Aula 2. O diálogo entre depoimentos orais e fotografias na construção da pesquisa.
Olga Rodrigues de Moraes von Simson
Aula 3. A importância da devolução dos resultados da pesquisa aos grupos pesquisados: processos de empoderamento.
Olga Rodrigues de Moraes von Simson |
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História Oral e Ciências Sociais. Tempos e Histórias Múltiplas |
Ministrantes: Adriana Marcela Bogado
Claudirene Aparecida de Paula Bandini
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Resumo: A memória perpassa épocas históricas, juntamente com a escrita e a oralidade, manteve intacta a história dos fatos. Na modernidade a memória e a oralidade perdem status diante do poder da escrita. A partir dos estudos de Bergson, Benjamim, Halbwachs e Pollak, as Ciências Sociais atribuem maior importância à existência de tempos, memórias e histórias múltiplas. Nossa proposta é abordar técnicas de pesquisa da Historia Oral utilizadas em dois estudos de doutorado em Ciências Sociais: retratos cruzados, narrativas orais, análise de trajetórias, historias de vida e lugares de memória (murais, fotografias, objetos biográficos etc.) comprovando o quanto a memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade individual e coletiva. Primeiro, apresentaremos a técnica de “Oficina de Fuxico”, que propicia um momento de reviver e de compartilhar trajetórias, também de verificar as relações de poder por meio da linguagem, do caráter ativo e reflexivo das condutas. Em seguida, a análise referente aos lugares de memória, ferramenta que identifica os processos de enquadramento das memórias. Percorrer lugares de memória e recuperar relatos vinculados a sua construção avançam a experiência de transitar os lugares, criam possibilidade de reapropriar e recriar a memória a eles vinculada.
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Proposta: 1° dia: Apresentação entre proponentes e participantes. Breve explanação das contribuições de Bergson, Benjamim, Halbwachs e Pollak para as pesquisas em Ciências Sociais. Introdução às técnicas de pesquisa em História Oral
2° dia: A experiência da “Oficina de fuxico” como técnica de pesquisa
3° dia: Exploração de lugares de memória como ferramenta de pesquisa. Avaliação do mini-curso.
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História, Fontes Orais e Antropologia: Testemunhos Indígenas e Etnoconhecimento |
Ministrantes: Giovani José da Silva
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Resumo: Os trabalhos com fontes orais relacionados a populações indígenas, dentre outros grupos étnicos, no âmbito da História, ainda são escassos até o presente momento no Brasil. Assim, o Mini-Curso pretende abordar aspectos teóricos e metodológicos relacionados ao trabalho de historiadores e antropólogos com as fontes orais, especialmente no que diz respeito aos testemunhos indígenas e aos etnoconhecimentos. Estes últimos podem ser entendidos como os conhecimentos produzidos pelos grupos étnicos e formulados através de memórias e narrativas, transmitidas por meio das tradições orais. Alguma confusão se verifica quando o assunto é a oralidade, especialmente nas pesquisas realizadas entre grupos étnicos. Deseja-se mostrar que, apesar de semelhanças, há também diferenças que delimitam as áreas de atuação dos pesquisadores de História e Antropologia e não se pode confundir o que cada área de conhecimento, com propósitos diversificados (e, algumas vezes, convergentes), realiza ao investigar grupos humanos que reivindicam pra si uma etnicidade, utilizando-se de fontes orais. A partir da leitura de textos e da exibição de materiais iconográficos e fonográficos, os cursistas serão convidados à reflexão sobre as aproximações, deslocamentos e distanciamentos nos trabalhos de antropólogos e historiadores. Particularmente, serão abordados temas ligados à História Cultural e ao uso de fontes orais na História e na Antropologia. Dessa forma, pretende-se questionar a delimitação de fronteiras disciplinares, verificando-se que nos espaços limítrofes ocorrem deslocamentos que tornam fluidas estas mesmas fronteiras.
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Proposta: Conteúdo Programático:
1. História e Antropologia: aproximações, distanciamentos e deslocamentos;
2. A História Cultural em diálogo com a Antropologia;
3. O uso de fontes orais por historiadores e istória indígena, antropologia e fontes orais: algumas questões metodológicas.
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Teias Urbanas e Fontes Orais: a Experiência da Pesquisa |
Ministrantes: Maria do Socorro de Sousa Araújo
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Resumo: O mini-curso tem a finalidade de apresentar um conjunto de discussões e interpretações sobre a produção de narrativas orais que desenham espaços urbanos, tendo por base experiências de pesquisa com relatos de pessoas que têm acima de sessenta anos de idade. Por se tratar do uso de fontes orais como metodologia de pesquisa, ao falarem de suas experiências de vida, os relatos revelam os movimentos que articulam as teias sociais, bem como suas concepções e as formas de utilização dos espaços citadinos. Assim, a espacialidade urbana não é compreendida pelos endereços que assinalam fisicamente os lugares das cidades, mas por sua significação que adquire coloração especial com as marcas das experiências humanas amalgamadas nas respectivas histórias de vida.
A proposta do mini-curso tem como objetivo apresentar discussões sobre a idealização dos espaços urbanos, a partir da produção de sentidos que as pessoas elaboram e incorporam em suas memórias, explorando fontes orais como percurso historiográfico.
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Proposta: Durante o mini-curso, serão trabalhadas as seguintes temáticas:
1º dia – Fontes orais: produção, interpretação e escrita da história;
2º dia – Artimanhas e artifícios das fontes orais: a metodologia da pesquisa em história;
3º dia – Relatos de espaços: memória, história e cidade;
4º dia – A experiência da pesquisa em história e o desafio com fontes orais.
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O Que Documentam Entrevistas de História Oral? Tópicos para a Interpretação e a Análise de Entrevistas. |
Ministrantes: Verena Alberti
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Resumo: Este minicurso pretende discutir alguns passos fundamentais no processo de
interpretação e análise de entrevistas de história oral, lançando mão de
conceitos da história, da literatura e da antropologia. Desse modo,
estar-se-á considerando a entrevista de história oral uma fonte histórica
(um "documento-monumento", no dizer de Le Goff) que tem algumas
especificidades; uma narrativa oral de experiência pessoal, e um registro
gravado de uma situação de pesquisa muito semelhante ao trabalho de campo
do antropólogo. Processar as informações que a entrevista nos traz
considerando cada uma dessas vertentes pode nos ajudar a compreender o que
ela "documenta".
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Proposta: Proposta programática
1ª aula: A entrevista como fonte histórica
o Resíduo de ação e relato de ação
o Memórias em disputa
2ª aula: Narrativa
o Oralidade
o Constituição de realidades: para além das versões
3ª aula: Etnografia
o Relação entrevistado-entrevistador
o Circunstâncias da entrevista
o "Obrigações" |
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Possibilidades de Uso da Metodologia da História Oral no Ensino Fundamental. |
Ministrantes: Ana Lúcia Guedes-Pinto
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Resumo: Tomando como referência a perspectiva teórico-metodológica da História Oral, serão problematizadas diversas formas de seu uso pelos professores, junto aos alunos, no ensino de Estudos Sociais nos anos iniciais e no ensino de História e de Geografia nos anos subseqüentes do ensino fundamental. Uma preocupação que norteia o mini-curso é a de se efetivar um diálogo constante entre as práticas escolares e a abordagem da História Oral.
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Proposta: Entendendo que a História Oral pode ser tomada como uma aliada dos professores na tarefa do ensino, neste mini-curso procuraremos, através de exemplos concretos de trabalhos em sala de aula (que incluem atividades fora de classe), buscaremos explicitar variados modos de utilização da História Oral em favor do desenvolvimento dos conteúdos previstos na grade curricular. Serão exploradas algumas formas de exploração da abordagem da História Oral tais como o uso de entrevistas no estudo e levantamento da história local; a preocupação ética com relação à comunidade investigada e aos sujeitos entrevistados; a possibilidade de ampliação da relação da escola com a comunidade de seu entorno; a produção de material de história pelos alunos e professores; as várias linguagens no registro da história e a perspectiva da interdisciplinaridade na condução dos trabalhos escolares.
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As Tradições Orais de Matrizes Africanas e o Ensino de História. |
Ministrantes: Benjamin Xavier de Paula
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Resumo: O Mini-curso tem como foco os estudos da História e Cultura da África e Afro-Brasileira por meio das tradições orais, tema este, que tem, adquirido importância e centralidade nos estudos de História, porém, ainda encontra preconceitos e rejeições dos historiadores e pesquisadores da área. A centralidade e importância que a temática tem adquirido, ganha maior destaque com a aprovação da Lei Federal nº 10.639/2003 que institui a obrigatoriedade dos Estudos de História e Cultura da África e Afro-brasileira no Currículo da Educação Básica, e a instituição pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do Conselho Nacional de Educação (CNE), das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-raciais e para Implementação dos Estudos da História e Cultura da África e Afro-brasileira no Currículo da Educação Básica.
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Proposta: 1. A Lei Federal nº 10.639/2003 e a Implementação dos Estudos de História e Cultura da África e Afro-brasileira na Educação Básica e no Ensino Superior: um debate urgente; uma ação necessária.
2 As Tradições Orais de Matrizes Africanas no Brasil - Histórico.
3. Oralidades e Identidades Afro-brasileiras em Construção
3.1. A Capoeira como Instrumento e Fonte para o Estudo da História e Cultura Afro-brasileira.
3.2. O Movimento Hip Hop como Instrumento e Fonte para o Estudo da História e Cultura Afro-brasileira.
3.3. Os Contos Africanos Como Instrumento e Fonte para o Estudo da História e Cultura Afro-brasileira.
3.4. Oralidade, Identidade e Memória: diálogos afro-históricos
4. As tradições Orais de Matrizes Africanas e Afro-brasileiras na sala de aula: algumas possibilidades. |
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História Oral e Educação |
Ministrantes: Aparecida Maciel da Silva Shikida
Vanda Lucia Praxedes
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Resumo: Em tempos onde a escola ocupa novos espaços e traz para si novos papéis, estamos à procura de definições e de identidades em um contexto de inovações tecnológicas e turbulentas transições. Em tempos em que a sociedade deixa a cargo do professor não só dividir, transmitir e construir conhecimento, mas o de educar - em toda amplitude e plenitude que a palavra encerra – e inserir socialmente os sujeitos em sua forma de ser e estar no mundo, é preciso que “os novos educadores” estejam sintonizados com a contemporaneidade e em uma relação dialógica com o conhecimento, com a informação, com a ética, com a história e memória que independe de delimitações disciplinares. E principalmente, que norteie suas ações para políticas e práticas pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento humano intelectual, afetivo, emocional e criativo dos sujeitos envolvidos. O Mini - Curso de História oral e Educação têm como objetivo oferecer um panorama da teoria da Metodologia de História Oral e sua aplicabilidade no desenvolvimento de projetos interdisciplinares, bem como suas potencialidades nos processos de ensino aprendizagem em instituições educacionais. Para tanto, ao propormos uma reflexão a respeito da organização do tempo e espaço escolar no cotidiano pedagógico, buscamos resgatar sua história no intuito de contextualizá-la na contemporaneidade. Entendemos que a organização do trabalho pedagógico deva fundar-se em atitudes de solidariedade, de respeito mútuo, reciprocidade e de decisão coletiva, tendo sempre em vista as condições concretas da escola no contexto da educação nacional. Para tal, ao utilizarmos à metodologia da história oral, procuramos promover o encontro da oralidade com a escrita, valorizando a memória, a tradição, a família e o conhecimento coletivo “entretecido” na escola, no bairro, na cidade, no país e no mundo.
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Proposta: Estrutura do Mini Curso:
A pesquisa como atitude e prática social, bases teórico-epistemológicas da pesquisa em História Oral.
História oral e Educação: Tecendo vínculos e possibilidades pedagógicas, relato de experiência e aplicabilidade de projetos, Exibição e discussão de fragmentos de documentários, tendo como base a oralidade.
Programa/Cronograma do Mini Curso:
• Apresentação em PowerPoint de uma Panorâmica teórica (PowerPoint).
Texto I: TEIXEIRA, Inês A. de Castro; PRAXETES, Vanda Lúcia. História Oral e Educação: Tecendo vínculos e possibilidades pedagógicas. In: VISCARDI, Cláudia; DELGADO, Lucília de A. N. História Oral, Educação, Teoria e Sociedade. Juiz de Fora: EDFJF/CAPES, 2006.
• Relato de uma Experiência (PowerPoint).
Texto II: SHIKIDA, Aparecida Maciel da Silva. Ouvir, sentir e contar: Histórias de Minha história. Congresso Internacional de História Oral e Educação. Buenos Aires, Argentina, 2007.
• Exibição de documentários (fragmentos)
• Debate e discussão coletiva - Questões do grupo.
• Avaliação do encontro.
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